domingo, 22 de maio de 2011

Momentos Mágicos !!!!

Quando eu comecei a dançar sabia que a repetição e o esforço eram essenciais para o aprendizado.
Fui aluna aplicada e por muitos anos me entreguei a dança como o espaço do meu repouso, da minha possibilidade de viver a mágica, de promover no corpo a emoção.
Quando cheguei a Cacoal, fui tomada pelo trabalho, pelo calor, pelas mudanças propostas no caminho da minha vida. 
Me distanciei da dança, não havia espaço para transbordar a emoção que não fossem as inúmeras salas de aula por onde passei. Mas faltava. Estava manca. Sentia que travava.
Fiquei surpresa, quando recebi um convite de alguém que não conhecia. Rapidamente nos tornamos amigos. Ele não usa palavras , mas fala com os olhos. Traduz seus desejos com a intensidade de seus gestos.
  Me conectou a dança e me mostrou que os caminhos que escolhemos para propor a emoção não podem, nem devem se esgotar.   Me fez bailarina  de novo!



Fernando Pessoa...

 " Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. ...Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se achar, segure-o! " (Fernando Pessoa)

sábado, 21 de maio de 2011

Aprendi muito com você !

 Teus olhos miúdos e mãos pequenas tocaram minha essencia e mudaram meus valores, quando aprendi que uma vez a confiança perdida o trabalho de resgate é árduo.
Te vi, mas enxerguei tuas marcas.
Tentei tocar teu rosto, mas me repeliu de forma explícita como quem fecha o corpo.
Por vezes,  pensei que ausencia de afeto se supria apenas com afeto. Não foi o que você me mostrou. Nas nossas idas e vindas as palavras só aumentaram quando diariamente meus olhos tocavam os teus.
Me afligia em ver tua alma de criança adormecida. Teus gestos inertes, teu corpo passivo. Endureci, quando cheguei a crer que o mal que te fizeram tinha te consumido.
Dia após dia , você me mostrou que algumas cercas que criamos para nos defender só sucumbem nas certezas. Você me fez perceber que nem toda criança se alegra com balões coloridos e que a força de uma mão que se entrega, a doçura de um olhar, a intimidade de um abraço são degraus necessários a nossa conquista.
Te vi bebê, te conquistei menino e hoje quando te encontrei homem percebi as marcas em forma  de cicatriz. O medo, uma constante em seus olhos deu lugar a um brilho único. Apesar da tristeza, pude ver luz.
Sua ânsia pelo futuro e a crença de quem quer uma familia para ser feliz me convenceu que construimos juntos o resgate da criança que morta em essencia quase desistiu de viver.
Eu continuo acreditando em você e só hoje depois de tanto tempo, sei que isso fez diferença para você e, com certeza, para mim.      

Imagem Internet

terça-feira, 17 de maio de 2011

...

"Não iremos a parte alguma se não formos capazes de correr o risco de fracassar. " Flávio Gikovate

Muitas vezes calcados nas profecias autorealizadoras de incompetencia, insuficiencia limitamos a ação por medo de errar, por descrédito e, também pela incerteza que a frustração constrói. Essas profecias são monumentos em nossa estrutura psiquica que nos convertem a agir de acordo com as crenças alheias. Muitos sujeitos passam a crer depois de tanto ouvir.  Perdem-se de si mesmos e navegam em águas escuras quando não se percebem responsáveis pelo próprio fazer. 
Frente ao erro nossa ferida narcisica dói, arde e nos impede de ver o que pode estar no entorno do erro. A força utilizada, a energia empreendida, o vigor da nossa ação, enfim, ficamos tão presos ao resultado final que não enxergamos o processo. 
Olhar nossa ação pode fazer toda diferença para começar de novo !

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pudim...

Recebi da minha mãe, o texto é da Martha Medeiros....


" Não há nada que me deixe mais frustrada
do que pedir Pudim de sobremesa,
contar os minutos até ele chegar
e aí ver o garçom colocar na minha frente
um pedacinho minúscula do meu pudim preferido.
Uma só.

Quanto mais sofisticado o restaurante,
menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência,
comprar um pudim bem cremoso
e saborear em casa com direito a repetir quantas
vezes a gente quiser,
sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.

A vida anda cheia de meias porções,
de prazeres meia-boca,
de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.

Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.

Conquista a chamada liberdade sexual,
mas tem que fingir que é difícil
(a imensa maioria das mulheres
continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').

Adora tomar um banho demorado,
mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.

Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo,
mas tem medo de fazer papel ridículo.

Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD,
esparramada no sofá,
mas se obriga a ir malhar.
E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar',
tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...

Aí a vida vai ficando sem tempero,
politicamente correta
e existencialmente sem-graça,
enquanto a gente vai ficando melancolicamente
sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.
Deixar de lado a régua,
o compasso,
a bússola,
a balança
e os 10 mandamentos.

Ser ridícula, inadequada, incoerente
e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou
e disse uma frase mais ou menos assim:
'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem,
podemos (devemos?) desejar
vários pedaços de pudim,
bombons de muitos sabores,
vários beijos bem dados,
a água batendo sem pressa no corpo,
o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga:
um pudim inteiro
um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order',
uma caixa de trufas bem macias
e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente.
OK?
Não necessariamente nessa ordem.

Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . (Martha Medeiros)"


domingo, 15 de maio de 2011

Piruetas - Sobre o movimento...

A Pirueta é um movimento preciso que dotado de leveza é forte, firme , intenso. Tecnicamente é um movimento dificil, mas em sua essencia é prazeroso, deve ser leve. Compõe  antagonismos de leve e firme; forte (intenso) e rápido.
A pirueta revela a alma de uma bailarina e propicia a sensação de liberdade e equilibrio.
A pirueta é o foco, o chantilly, o recheio, o doce e essencial.   Sabemos que não é por que você fez uma vez de maneira adequada e perfeita que já aprendemos como fazê-la. É um movimento que precisa ser ensaiado muitas vezes para alcançar a coerência (ainda mais na ponta). A grande jornada de uma Pirueta é que ela é um movimento pessoal que depende de uma construção única e singular. Podemos repetir o mesmo movimento várias vezes, mas sempre ele será dotado de um ritmo, uma velocidade e um empreendimento de energia.

Confesso que a magia desses momentos está impressa no meu coração !



Fiquei Muda...

Passei a semana toda pensando, ruminando idéias... construindo... O meu silêncio , as vezes se faz necessário para que eu possa organizar o mundo de dentro e re-(com)-por as coisas no lugar. Afeto é uma coisa interessante bagunça, desorganiza, desfaz e refaz a ordem da vida, mas chega um momento que organizar é essencial para seguir em frente !

terça-feira, 10 de maio de 2011

Remexendo as gavetas...

Ontem mexendo nas minhas gavetas encontrei um papel enrolado , antigo, daqueles que ficam escondidos da memória racional, mas são presentes na memória emocional.
Uma poesia que ganhei de um professor de Geografia, disfarçada de bilhetinho de amigo secreto. Eu devia ter uns 11 anos, menina falante, cheia de interrogações acerca da vida. Com pressa de descobrir, com imensa vontade de saber.

Vim lhe Dizer...


A realização de um ideal,
Não é vinda do nada
Não é tida de graça,
Ouse por querer...
Deseje e permita acontecer.

E se nos sobressaltos da vida tiver medo,
Permaneça. 
Entregue-se e permita que diante das suas escolhas
você atenda você... ( A. Cabral) 

Mal sabe ele que li e reli essa poesia em muitos momentos da minha vida. Antes do vestibular, diante da banca  da minha dissertação de mestrado. Mal sabe ele que apesar de na altura dos onze anos eu não estar preparda para compreender a mensagem, ele se fez sempre presente.
Importante pensar o quanto palavras podem gerar saltos. Um abraço pode conduzir a mudança. Uma bronca pode propor um novo caminho, enfim podemos fazer a diferença.
Resolvi colocar a poesia na bolsa, não como amuleto, mas quem sabe já é momento de presentear alguém.   

domingo, 8 de maio de 2011

FELIZ DIA DAS MÃES !!!

Mãe obrigado pela forma com que existe em nossas vidas ... tua existencia te faz única.Tua força te faz exemplo. A mágica que propõe quando simplesmente acredita com fé em seus propósitos é que fortalece seu sorriso  e  acalenta a ternura de teu abraço.
Sinto muito sua falta e gostaria de estar perto para rir das nossas coisas, para contar das nossas vidas, para simplesmente, fazer uma xícara de café durar a tarde toda !

Te amo  infinitamente !

Feliz Dia das Mães a Todas as Mães, Tias, Avós, Bisavós , Mães de Coração, Mães da Vida... Um abraço !
Arquivo pessoal
  

sábado, 7 de maio de 2011

Soneca da tarde...

Deitei no sofá da sala como há muito não fazia. Reuni as mulheres da minha familia e comecei a desenhar nossa conversa. Algumas falam de um amor in-tenso, da dificuldade de se entregar. Outras do policiamento diante do sentir. Mulher que sente muito, fica mole... essa idéia de ser que não pode ser frágil, explica muito os mecanismos que muitas de nós criou: ser independente, ter autonomia e resolver.
Mulher resolvida e posicionada foi minha avó que tinha sua casa como o porto seguro dos filhos, dos amigos dos filhos e que engrossava a sopa com a xepa da feira.  Eu ria com ela quando contava as pessoas que iam sentar ao redor da mesa, sempre havia um prato a mais ou dois dependendo do dia da semana. Ela trazia no coração a percepção aguçada das feras que defendem suas crias. Rompia conceitos quando os médicos diziam que ela não podia querer outros bebês. Para quem não podia, teve 08, vingaram 05.  Alguns nasceram na sala de casa, outros no próprio quarto, na cama em que também dormiram seus netos e bisnetos. Era menina que pintava as unhas de rosa mas, mulher que acreditava na força das palavras, no poder de cura do próprio desejo. Plantou em mim a crença no desejo, a essencia da intuição.
Quando  sentou ao meu lado minha outra avó, órfã, criada por pessoas distantes da propria família abrigava no peito o desejo de ser feliz, tinha histórias inventadas na ponta da lingua. Uma conversa mineira de quem queria provar a verdade. Apesar do pouco conhecimento esbanjava sabedoria nas análises em relação as pessoas. Enquanto descascava laranjas , sentada na mesa da cozinha palavreava idéias, propunha sonhos e acreditava que família grande é o maior empreendimento da vida. Observadora, miúda, via nos olhos dos outros respostas que muitas vezes não eram ouvidas , nem compreendidas. Plantou em mim  a vontade de compreender o outro, de olhar por dentro. Coisa que ela sempre dizia - conhecer por fora é experiencia fácil, por dentro é uma vida inteira.  
Quando as bisas vieram, vi diante de mim a pausa, o silencio de quem conduzia a vida mesmo na adversidade. Com muitos filhos davam aos homens a condição necessária ao trabalho e às mulheres o poder de ação de quem teria que administrar uma familia. Sabiam fazer do restinho do almoço um belo jantar. Mulheres de opinião formada que com sutileza conquistavam seu espaço. Tenho treinado as pausas... 
Quando minha mãe chegou, rompeu cedo os limites da própria familia, viu no estudo a possibilidade de crescer. Menina bonita, tinha mais medo do pai no final da rua, do que do escuro que tinha que atravessar na volta da escola. Afeto sempre foi seu motor, nos gestos simples, no contato carinhoso, na mania de amar a vida. Nunca a ouvi reclamar, me lembro sempre da sua vontade de superar. Trouxe para casa a primeira geladeira e ao dirigir seu Fusca Azul, levava as salas de aula como alguém que desbravava o mundo.  Tem a fé como sua mola propulsora, traz no corpo a responsabilidade de acertar. Não teve chances de rascunhos e redefinições.   No original construiu sua força ! O peso da sua exigência a torna atenta, detalhista, segura.  Plantou em mim o afeto, a vontade de seguir sempre. Me fez segura frente aos desafios.
Tocar nessas mulheres, encontrar com elas me deu a chance de construir uma referencia de feminino. Um dia quem sabe sentemos na mesma mesa para perceber as conquistas e desafios vividos por cada uma de nós para perceber o legado construido na essencia do feminino.   Me fiz menina, me tornei mulher, mãe ...

Conversas com João...

Ontem João fez uma apresentação de Teatro  na Escola. A peça apresentava diferentes cenas de mães. Perfis engraçados do cotidiano, imagens que no dia a dia repetimos. Ele era filho de uma mãe totalmente complacente. Carregava seu skate no braço, um boné para trás, calça jeans rasgada. Aprontava artes de criança e a mãe apenas elogiava e divertia-se com ele.
Ao final da peça nós dois no carro, resolvemos conversar. Ele me perguntou se eu havia gostado e antes que eu pudesse responder disse que eu não sou igual a mãe da peça, mas também me divirto com ele. Contou que ele não gostou do que seu personagem fazia e que talvez escolhesse um castigo -"prá valer", afinal, o menino fazia coisas bem ruins. Falou ainda que ficaria muito triste se eu o proibisse de abrir os brinquedos para ver como funcionam, de construir suas coisas e de às vezes pintar o corpo com guache. Não iria gostar se eu jogasse todas as caixas de papelão fora e o proibisse de usar a tesoura. Que acha bem legal a gente conversar loucamente e que se irrita por eu ser meio explicadinha. Explicadinha no domínio dele tem a ver com o fato de eu querer explicar tudo e também querer que ele explique. Ainda disse que muitas vezes nós dois somos parceiros e que quando ele não consegue escolher o que fazer na tarefa ou em situações esquisitas ele sabe que pode pedir minha ajuda e isso é bem legal !  Ganhei essa conversa de presente !
Entendi que muitas vezes, como peço que ele fale e argumente em relação à suas escolhas ele se sente meio cansado, talvez até pressionado. Também percebi que nossa proximidade nos torna companheiros. Apesar de viver questionando os caminhos que escolho como mãe, me vi feliz !
Arquivo Pessoal

sexta-feira, 6 de maio de 2011

...

“Crescer custa, demora, esfola, mas compensa. É uma vitória secreta, sem testemunhas. O adversário somos nós mesmos.....”
- Martha Medeiros - 
Foto : Internet

Reflexões...

Saimos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI - um dia seremos nossos ?
Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante. Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos... Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção.
O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair: - literalmente ficar desatento; é um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida. A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é : " oque vamos fazer hoje ?", já marcada pela ansiedade.
E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de domingo.
Quem ganha tempo, por definição perde. Quem mata tempo fere-se mortalmente. É esse o grande radical livre que envelhece nossa alegria- o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.Em tempos de novo milenio , vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que dá sentido à caminhada.
A prática espiritual deste milenio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.
Que a brisa suave sopre em suas costas, sempre que necessitar de um afago, de um abraçlo, de um beijo e que Deus, possa guardar todos nós, para que possamos compreender a liberdade de escolha. Livres para poder escolher entre as variáveis e oportunidades davida, exatamente as opções que levarão a felicidade.

Jairo de Paula 

Foto: Internet

Pessoa ...

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...

E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

(Fernando Pessoa)



 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Para Pensar...

Qual foi a última vez que você ficou doido?
Pra você, esta pergunta parece coisa de “doido”?
Pode até parecer... Mas o que as pessoas não sabem é que podemos estar doidos sem ao menos termos noção disto. Diz o popular, que todo doido não sabe que é doido!
Saindo da brincadeira e falando de coisa séria, muitas vezes ficamos endoidecidos com tantas dores que sofremos: abandonos, traições, perdas, abusos, desvalorizações, pressões, cobranças... Pra cada dor que sentimos e não conseguimos tolerar, ficamos doídos e doidos. Ou seja, a dor pode ter sido muito difícil de tolerar ou vice-versa, a tolerância pra aquela dor ter sido muito pequena, que ficou difícil lidar com a realidade. Daí a criação de mundos paralelos que se apresentam pra cada um de uma forma.
“Cada doido com sua mania...”
Tem pessoas que entram num processo de compulsão, como forma de não fazer contato com aquela dor que lhe deixa doído. Compram muito, bebem muito, trabalham muito, comem muito. Tem aqueles que se deprimem, brigando com o real. Por exemplo, uma pessoa que não suporta a dor de ter sido traída e resolve brigar com a vida, como se estivesse dizendo: daqui pra frente também não faço mais nada !! Esta depressão pode manifestar de uma forma mental : rumina muito sobre o que aconteceu; fala repetidamente a todos sobre a injustiça que a vida lhe causou. A dor vira sofrimento e não acaba nunca. Tem outras pessoas que manifestam sua depressão ou briga com a vida, de uma forma muito emocional e infantil: choram muito, ficam frágeis demais, abandonando de vez a vida e o real. Tornam-se vítimas e dependentes, criando uma forma de viver ou sobreviver baseado na tristeza. Nutrem o sofrimento e nunca saem da dor.
O que fazer então pra lidar com as dores, sem ficar tão doído e doido?
Podando a nossa plantação de vaidade e orgulho e cultivando mais a humildade. A humildade nos leva a sermos somente “seres humanos” que estão nesta vida pra amar, ganhar, perder, sofrer, crescer, cair, levantar. A vida flui, pulsa, sobe e desce. Devemos entrar neste ritmo da vida e pra cada dor e descompasso, nos curvarmos humildemente, percebendo que é mais uma lição que faz parte do nosso processo evolutivo. A gente gostando ou não...
Quando a vida nos causa dor, claro que deprimimos, angustiamos e brigamos com o real e com a vida. O que não podemos é ficar neste embate permanente com a vida, querendo vencê-la. Tolice nossa... A vida é infinitamente mais poderosa!
Precisamos respeitar a vida e saber que realmente nós seres humanos quando não aprendemos através do amor, a dor vem e nos dá uma lição. Assim, a dor (nossa e do outro) serve pra nos chacoalhar, nos cutucar e nos empurrar pra frente. As pessoas que fazem bom uso de sua dor ficam doídas e doidas sim. Mas só por um tempo. Aos poucos ela passa a fazer bom uso dessa dor, criando, mudando, transformando, ajudando...E aí a dor cumpriu sua função.
Precisamos ser amigos de nossas dores, tanto quanto somos de nossas alegrias. Só assim a nossa dor e “doideira” se torna algo digno de ser visto e apreciado.

Texto :  Psicóloga Jaqueline Cássia de Oliveira dez/2006 (Informativo Interagindo)

Fábula da Convivência

Amo muito o que faço... e tenho visto nossas dificuldades em aprender a com-viver...viver com o outro, na sua diversidade, na sua singularidade, em suas especificidades. Notadamente, nos tornamos espinhentos ou espinhados, quando o grande segredo está em sobreviver apesar dos espinhos ! Resolvi compartilhar a fábula ! 


Durante uma era glacial muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram o frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro.
E todos juntos, bem unidos agasalhavam-se mutuamente. Aqueciam-se enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos. Justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte.
E afastaram-se , feridos, magoados e sofridos. Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doía muito ...
Mas, essa não foi a melhor solução : afastados, separados, logo começaram a morrer congelados.
Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções e delicadezas , de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro. Era mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar e sem causar danos recíprocos.
Assim conviveram , resistindo a longa era glacial. Sobreviveram !!!


terça-feira, 3 de maio de 2011

Na casca...

O medo de encarar-se como sujeito que tem necessidades, vontades e, especialmente, desejos torna-te menina, que se autoriza  cheia de manha não escolher para si, não se responsabilizar por essas escolhas e brincar de viver. Encarar a vida seria sublime já que carrega em seu potencial notáveis valores. Enquanto menina que brinca vive frágil a espreita como quem  não se permite o além do que vê.
Te espero fora da casca para que possamos num café dizer das coisas da vida, com a doçura de quem se torna responsável por si mesma !   
Foto: Internet

domingo, 1 de maio de 2011

Um pouquinho da Elis...

Enquanto houver amor,
Abra as portas, todas deste quarto
Deixa o mundo e o sol entrar (Elis Regina)

Elis Regina
Foto: Internet
 
O texto é antigo...daqueles que ficam perdidos nas pastas...rs... mas resolvi dar uma olhada e trazer para cá.
Cresci ouvindo Elis pelas vozes do meu pai que insistia em cantarolar antes do almoço, na hora do jantar ou nos espaços que sobravam entre um assunto e outro.Ele não nos dava muita alternativa em relação ao que ouvir. Minha mãe com a voz mais contida, colocava os Lps, na vitrola e não cansávamos em repetir os versos de Luiza, de Alo Alo Marciano e de Como Nossos Pais. Impresso nos gestos: os sentimentos de amor, de afeto. Sensível, me tornei  emoção. Me fiz menina e supunha entender que as emoções nos conduzem e se tornam expressas quando assumimos o que sentimos. Aprendi que chorar faz parte da alegria como da tristeza. Que faz mal segurar o choro. Entendi que quando nos permitimos sentir, somos fiéis a nós mesmos, sem permitir os filtros sociais que impõem regras de boa conduta.   
Nesse sentido, as formas de autorizar aqueles que construiram muralhas nos próprios sentimentos está na possibilidade de se entregar a ouvir a sensação, ler a dor e a alegria, tornar-se sensível a respiração, as pausas e, com isso, aprender a deixar transbordar ao menos o choro.
Explico isso sempre quando proponho a mudança de pergunta - Como você está ? é diferente de Como você se sente ? 
Deixar-se ao sabor da percepção das relações e ponderar o equilibrio entre a razão e a emoção permite o necessário auto conhecimento. 

Sorry - desabafo...

"Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo o que plantamos." (Provérbio Chinês)

Não sei se vou conseguir traduzir o que sinto, mas se faz necessário pelo menos tentar. No contexto em que vivemos, muitas vezes, me deparo com o estar alheio, não pertencente... vou tentar explicar. Não pontuo entre aqueles que se gostam simplesmente pela forma de vestir, não compactuo  com o falar de bocas cerradas como forma de evitar que a pessoa de quem se fala perceba. Não treinei leitura labial ! Tenho dificuldade em manter o que denominam repertório social, com a egide de networking. Não consigo comer, não consigo sorrir, perco as palavras e me torno alheia, distante. Desnecessária, minha opinião não é questionada. Aprendi a não falar e muda, sou paisagem.  Quando meu pensamento parece transbordar pelos olhos, que aflitos percorrem o ambiente na tentativa de encontrar um eixo, alguém com quem se possa apenas partilhar o que é de verdade, real, ânima, inteiro, do eu.  Não consigo, admirar alguém sem demosntrar. Reprovar um ato sem analisar ambos os lados. E a idéia de que para se posicionar é necessário escolher um lado e defendê-lo cegamente, me perturba. Vejo sempre a possibilidade de interagir, integrar, de posicionar-se sem cerrar a oportunidade de mudar conceitos, rever valores e re-descobrir a verdade. 
A minha falta de entrega nessas situações me fazem crer que a solidão tem sido mesmo escolha minha !
Sorry !!!!



Aprendi - CHARLES CHAPLIN

Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões
para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto. Aprendi
que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que
não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las. Aprendi que posso passar
anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos. Que posso
usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou
falando. Eu aprendi... Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por
isso o resto da vida.
Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão
continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso
caminho. Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que
quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos
limites que eu próprio coloquei. Aprendi que preciso escolher entre controlar
meus pensamentos ou ser controlado por eles. Que os heróis são pessoas que fazem
o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que
sentem. Aprendi que perdoar exige muita prática. Que há muita gente que gosta de
mim, mas não consegue expressar isso. Aprendi... Que nos momentos mais difíceis
a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as
coisas. Aprendi que posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não
tenho o direito de ser cruel. Que jamais posso dizer a uma criança que seus
sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse
convencê-la disso. Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em
quando, que eu tenho que me acostumar com isso. Que não é o bastante ser
perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro. Aprendi que, não importa
o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso.
Eu
aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu
sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto. Aprendi que numa briga eu
preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver. Que,
quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas
pessoas não discutem não significa que elas se amem. Aprendi que por mais que eu
queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte
da vida. Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas,
por causa de gente que eu nunca vi antes
. Aprendi também que diplomas na parede
não me fazem mais respeitável ou mais sábio. Aprendi que as palavras de amor
perdem o sentido, quando usadas sem critério. E que amigos não são apenas para
guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos. Aprendi que certas
pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos
retê-las para sempre. Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser
gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.
Tua caminhada ainda não terminou
... A realidade te acolhe dizendo que pela
frente o horizonte da vida necessita de tuas palavras e do teu silêncio. Se
amanhã sentires saudades, lembra-te da fantasia e sonha com tua próxima vitória.
Vitória que todas as armas do mundo jamais conseguirão obter, porque é uma
vitória que surge da paz e não do ressentimento. É certo que irás encontrar
situações tempestuosas novamente, mas haverá de ver sempre o lado bom da chuva
que cai e não a faceta do raio que destrói. Se não consegues entender que o céu
deve estar dentro de ti, é inútil buscá-lo acima das nuvens e ao lado das
estrelas. Por mais que tenhas errado e erres, para ti haverá sempre esperança,
enquanto te envergonhares de teus erros. Tu és jovem. Atender a quem te chama é
belo, lutar por quem te rejeita é quase chegar a perfeição. A juventude precisa
de sonhos e se nutrir de lembranças, assim como o leito dos rios precisa da água
que rola e o coração necessita de afeto. Não faças do amanhã o sinônimo de
nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram! Olhes
para trás... mas vá em frente pois há muitos que precisam que chegues para
poderem seguir-te.



Foto: Internet