segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Mais umas do João ... daquelas...

1. Ser bebê não é nada bom: me levam, me pegam, me tomam e eu só posso chorar.

2. Dizem que entendem o que a criança diz no choro, mas se eu fosse o tradutor, diria para minha mãe...não quero tomar banho, nem lavar a cabeça, não quero desligar a TV muito menos sair do seu colo ! (bem pré-adolescente esse bebê rsrs !!!)

3. A probabilidade da bolacha cair com a manteiga para baixo é igual a da Maria chorar de cocô na hora do almoço !

4. Nada, mas nada mesmo me convence de que a Maria no fundo no fundo sabe que se ela ficar bem quietinha no sling o passeio demora mais...rs... 

5. Esse povo que faz voz de criança para bebe, acha que eles estão gostando ou pq vão ser compreendidos pelo bebe ... tadinha da minha irmã...

                                                                    arquivo pessoal

domingo, 29 de janeiro de 2012

Coisices de mãe...

Dia desses, na rua, brinquei com um bebê que vestia azul, mas é menina ! Com a Du no colo, quase do mesmo tamanho, eu disse olha só uma amiga, como você. Confesso que me referia ao tamanho. A mãe interlocutora das dúvidas que competem a toda mãe já desfiou aquilo que sabemos, mas nem sempre temos com  quem conversar.É interessante como descobrimos pessoas, que na solidão dos seus momentos, permitem-se falar ... e confesso, que bom que existe gente a ouvir !  
A mãe que comigo falava, angustiada, disse que havia coberto sua menina por estar de azul: havia sido confundida por menino diversas vezes naquela manhã. Nesse sexismo ardente que vivemos, somos definidos imediatamente pelos estereótipos calcados em escolhas alheias as nossas.   
A ausencia de brincos sempre denota o sexo masculino...rs... principalmente, quando se é um bebê de quase 60 centímetros. Procuro ver bebês como bebês: na etapa em que se encontram, descobrindo o mundo, os próprios limites do corpo e o controle do próprio olhar. Por acreditar que o feminino se instaura nas posturas, gestos, no sorriso, no encantamento que se promove no sujeito. E, isso, notadamente ocorre aos poucos: no contato com o feminino, na descoberta das medidas que o compõe, na visualização da própria essencia. Até se ver menina ou menino o sujeito percorre um longo caminho, que nada tem a ver com as pedrinhas na orelha, nem com a cor da roupa que vestem. Eu confesso que sabedora da minha história com brincos, preferi deixar que Maria escolhesse quando quiser preencher esse ritual de feminino, caso contrário, teria que aceitar como minha mãe que ela comesse os brincos. Eu comi um dos meus ! Eram vermelhos, pequenos, interessantes para alguém que estava descobrindo o mundo através das mãos ao sabor da boca. Enfim, comi ! Eu estava alheia a qualquer idéia do que ele significava, de quem era antes de ocupar minhas orelhas, tampouco que havia sido ali colocado na primeira hora do meu nascimento. Meus pais estavam fazendo aquilo, que naquele momento parecia o melhor e mais adequado. E, talvez fosse o mais tranquilo, afinal, não teriam que responder as constantes falas: É menino ou uma menina ??? Nossa, tem cara de menina ou cara de menino ! Mas está de azul e me confundi.
 Prefiro esperar que a Maria escolha em que momento os brincos terão significado de presença no mundo feminino, enquanto isso, sigo mostrando para ela o mundo, as coisas e as pessoas, com carinho e afeto. Acredito que nesse momento isso é o mais importante !

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Desculpe... não sou a mulher maravilha...

Para quem procurou e não achou a mulher maravilha, desculpe !
Em nenhum momento, sinalizar nossas lacunas é defeito... aceitar que somos faltantes, que frágeis nos entregamos ao colo. Que mulheres, somos carentes e precisamos do afago. Que gente, rumamos sempre na busca do inteiro, que demora, que esfola, que esgota... tentamos... e diante das tentativas por vezes desistimos.Desistimos, para em algum momento com mais força , recomeçar ...
Não somos perfeitos, nem fortes, nem inteiros. o tempo todo ! Não devemos buscar nessa ansia apressada esse rigor, que mata, massacra e dita as regras.
Não, não somos e, por vezes, insisti em dizer isso...não somos a mulher maravilha e, por que insistem em encontrá-la em mim ??? Como foi que construi essa idéia de que invencivel no meu avião invisivel iria dar conta de tudo ?!? Criei a demanda e eu que me vire, mas confesso... sou gente !
Ontem com pressa na padaria só queria chegar em casa antes da Maria chorar...limites que hoje fazem tanto sentido, que realmente tem significado ! desculpe se te decepcionei ... não sou a mulher maravilha !   

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Algumas questões, nesse mundo de parâmetros...

Desde que a Maria nasceu, nós duas temos sido tão questionadas em relação a números, que já pensei em uma plaquinha, quem sabe num luminoso. Interressante perceber que tudo gira na relação do padrão de normalidade. A tal curva que quem sabe vamos perseguir por um longo período. Fico, na minha idéia de mãe, pensando em quantas outras curvas a Maria terá que se colocar para vencer os desafios que a vida vai propor.
O peso ? Já foi fruto de intensas investigações... o meu e o dela... arbitrariamente não me pesei ainda e passo por fresca quando digo simplesmente que ainda falta muito para chegar no corpo antes da presença mágica da Maria em mim. O que não sabem é que saudosa da barriga, acreditava tudo tão lindo e mágico que os 12 quilos ganhos pareciam não ter a menor importância (e em mim realmente não tiveram). Quando todos eles partirem, finalizarei a barriga e, a mulher que reside em mim irá apenas lembrar desse momento mágico.  O dela ??? Já me instruiram altas receitas para turbinar o meu leite. Várias vezes me peguei ansiosa para que ela acorde para mamar. Engraçado, vou me lembrar disso, quando ela, nessas coisas de menina, perseguir a balança, ou então, ficar horas diante do espelho mirando o corpo que deseja ter.
O tamanho ? Como esta criança estava dentro de mim ??? (?) realmente ela estava...mas confirmando aqueles que estavam presentes, veio dobradinha, com as pernas na frente... ansiosa para respirar o mundo. Há quem diga que ela será alta. Há aqueles que dizem que ela terá um estirão. Famosa por seus centimetros, muitos apontaram que meninas são menores. Isso quer dizer o que hein ??? Lamento ! A vejo ainda tão pequena, tão menina, tão precisada de afago.
Minha idade ? Putz ! Não foi interessante explicar, mas retomo, mulheres acima dos 35 anos também tem relações sexuais férteis...
Há quem pergunte o Apgar  e se assombre diante da tranquilidade de quem crê... em uma criança que merece ser feliz, independente do peso, do tamanho, do apgar e de todos esses números e curvas que dizem pouco dela. Os números não contam que ela tem olhos oblíquos, que mantem-se atenta ao ouvir música, que se movimenta na direção do afeto e pede colo como ninguém.
Os números não apontam que ela tem se entregue a vida e a cada novo dia descoberto que nasceu e já ocupa seu espaço.