quarta-feira, 13 de junho de 2012

Processos...

São tantas tentativas em busca da perfeição, que fugir do erro torna-se tão essencial que o próprio fazer. Toda energia que despendemos visando a perfeição, gera falta na atitude. Concordo que não devemos errar para aprender … mas sim aprender a partir do erro. Ainda que isso gere angústia e medo faz parte do processo de construção das nossas ações e relações. Tanto que procurar não errar pode ser um esforço em vão já que o cálculo de risco nos torna ansiosos, com medo constante e até sussurante nas nossas afirmações. Somos e por sermos o que acreditamos ser não podemos perder o tempo, o ritmo e, portanto, a ação ! Tenho sonhado com um mundo menos perfeito, mas constituido por corajosas criaturas que mesmo diante do erro constroem criativamente novas soluções para aquilo que todos acreditavam estar perdido ! Hoje alguém bem pequeno me disse assim : segura na minha mão … vê ela ainda vai crescer … rs … ou seja, calma o processo é esse … e, portanto aprender a viver….também é processo !
Fazer pipa com o João e conseguir que ela voe…faz parte desse processo !!!

um universo...

Hoje juntei à minha bolsa um Cd antigo do Fabio Junior, precisei ficar ouvindo a idéia de que dentro dessa cabeça tem um universo, para refletir sobre respeito. Não o respeito utópico de que não ultrapasso seus muros por educação, mas do respeito partilhado que leva em consideração: sentimentos, convicções, conceitos e carater. Talvez tenha chegado a conclusão de que falta de respeito é algo que não apenas me incomoda, mas me desafia … nas minhas crenças de que os seres humanos podem e devem lidar com suas diversidades e adversidades sem se violentar. Ainda bem que todo dia tem uma noite no meio… para recomeçar !!!! Encontrei uma idéia da Marcia Tiburi para eu entender que não sou de Marte !

Respeito é o sentimento que inclui o outro – o não eu – na própria perspectiva. Quem sente respeito, pensa antes de falar e de fazer.
Marcia Tiburi, no Twitter

Ai aiai freios de dentro !

Hoje estudando achei esse texto e encontrei uma resposta simples que tanto procurava: a reação que por vezes parece fria é na verdade auto defesa, denota o contrário e nos faz perceber o quanto queríamos gritar, quando apenas monossilabamos.
Depois de um tempo a sensação retoma o caminho (ou não). Acredito ser interessante observar que pessoas sensíveis não causam estranhamento, não exclamam no exagero…simplesmente sentem silenciosamente…
"Não saiu um palavrão de sua boca. Meu amigo não falou nada. Não se debruçou na toalha, não palitou as veias, não esbofeteou seus olhos com guardanapos.
Justamente porque estava sensível demais.
Excesso de sensibilidade nos leva à insensibilidade. O extremo é negação.
A despedida era muito recente para gritar e sacudir os braços em oração muçulmana. Ainda não respirou lonjuras, não experimentou a quebra de ritmo, não descontou um par de talheres na hora de pôr a mesa. Não existia um dia de travesseiro e de cama vazia. Não engasgou no ato falho, não emudeceu no constrangimento das gavetas, mantinha a espera de um pedido de desculpa.
Desespero em demasia é tranquilidade. Não processamos, não digerimos, estamos conectados em pensamento com as últimas palavras, revisando os diálogos com a esperança de intervir na ilha de edição ou de retomar as filmagens."

Fabricio Carpinejar

Lembrei de VOCÊ !!!

É um tal milagre encontrar, nesse infinito labirinto de desenganos amorosos, o ser verdadeiramente amado. Perco-me por um momento na observação triste, mas fria, desse estranho baile de desencontros, em que frequentemente aquela que deveria ser daquele acaba por bailar com outro porque o esperado nunca chega; e este, no entanto, passou por ela sem que ela o soubesse, suas mãos sem querer se tocaram, eles olharam-se nos olhos por um instante mas não se reconheceram."


Não vale a pena sabotar o próprio desejo, nem diante dos desencontros propostos pela vida. Vale ter força e coragem para enfrentar todas as dificuldades e aceitar-se… Fica a dica !!!!!

Meu...

Nem sempre consigo compreender com facilidade algumas situações, isso não gera angustia, mas uma batalha interna para superar o dissabor de contestar, de repreender o contexto e procurar impedir que em diferentes circunstancias se mate desejos.
Questões…muitas questões que partem de raizes… profundas como as da Vitória Régia que engana os desavisados, que acreditam que ela bóia solta nas águas. Suas raizes profundas e grossas as mantem presas ao lodo e apesar de torná-las fortes e resistentes as mantem sempre no mesmo lugar.

Cora Coralina

Desistir?
Já pensei nisso, mas nunca me levei a sério. É que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço em minhas pernas, mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros, mais estradas no meu coração do que medo na minha cabeça."

(Autor desconhecido. Epígrafe do trabalho: "Cora Coralina, raízes de Aninha", de Clóvis Carvalho e Rita Elisa Seda).

Do mundo de dentro ...

 Eu calculadamente revi os passos, dimensionei as ações e não encontrei meios de calar esse grito.  Por vezes essa idéia de ser amigo perturba o caos em que vivo. Caos da minha pura falta de rotina, caos da minha pura rotina rígida. Dos horários que não permito atrasar, dos meus tempos de pensar que não permito fugir. Caos da minha entrega intensa a maternagem das minhas crias.
Meu tempo de penso é tão frequente que me jogo nos minutos saboreando as idéias e reconstruindo as histórias para borbulhar questões e ao promover tormentas descobrir saidas.
Mas essa idéia de ser amigo me aflige quando eu nem sempre consigo responder as mensagens, quando nem sempre eu devolvo as ligações e me prometo um momento de papo pro ar a semanas sem que eu mesma possa cumprir.
Por vezes peço paciencia a mim mesma não pela solidão que semeio, mas por em vários momentos escolher apenas assistir ! 

terça-feira, 5 de junho de 2012

Somos o que pensamos...

Nós somos o que pensamos. Construimos redes de pensamentos que nutrem nossas atitudes, mesmo que contraponham nossos desejos.
Estranho pensar dessa forma, mas movidos pelo medo, deixamos que ele nos domine e passamos necessariamente a ser aquilo que mais tememos. De tanto nos apontar cansados, lamuriosos e estressados perdemos a cor e o colorido do mundo, nos entregamos a crença e quase que profeticamente não vemos mais a doçura de um dia que amanhece lentamente em nossas janelas.
De tanto nos apontar sozinhos, consumidos pela solidão nos entregamos ao vazio, sem perceber que nossa companhia pode nos fazer descobrir o que há de melhor naquilo que somos.
Entregues ao medo nos impedimos de sonhar e nos tornamos intensos adivinhadores do que não vai dar certo.   Como se pudéssemos prever o futuro e dimensionar detalhes do sentimento do outro, nos impedimos de descobrir o outro em seus códigos, peculiaridades, diferenças, simplesmente, prevemos. Como adivinhadores dessa vida não mais nos entregamos e na egide do controle somos apenas personagem daquilo que vivemos.
Na medida em que autorizamos viver um segundo de cada vez sem que para isso tenhamos que lançar mão das racionais estatísticas que compõe nossa vida, nos permitimos descobrir   a essencia de nossas atitudes , o escondido de nós mesmos e a sutileza dos nossos pensamentos.