quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ai aiai freios de dentro !

Hoje estudando achei esse texto e encontrei uma resposta simples que tanto procurava: a reação que por vezes parece fria é na verdade auto defesa, denota o contrário e nos faz perceber o quanto queríamos gritar, quando apenas monossilabamos.
Depois de um tempo a sensação retoma o caminho (ou não). Acredito ser interessante observar que pessoas sensíveis não causam estranhamento, não exclamam no exagero…simplesmente sentem silenciosamente…
"Não saiu um palavrão de sua boca. Meu amigo não falou nada. Não se debruçou na toalha, não palitou as veias, não esbofeteou seus olhos com guardanapos.
Justamente porque estava sensível demais.
Excesso de sensibilidade nos leva à insensibilidade. O extremo é negação.
A despedida era muito recente para gritar e sacudir os braços em oração muçulmana. Ainda não respirou lonjuras, não experimentou a quebra de ritmo, não descontou um par de talheres na hora de pôr a mesa. Não existia um dia de travesseiro e de cama vazia. Não engasgou no ato falho, não emudeceu no constrangimento das gavetas, mantinha a espera de um pedido de desculpa.
Desespero em demasia é tranquilidade. Não processamos, não digerimos, estamos conectados em pensamento com as últimas palavras, revisando os diálogos com a esperança de intervir na ilha de edição ou de retomar as filmagens."

Fabricio Carpinejar

Um comentário:

  1. É sobre isso q precisamos conversar, freios. Me sinto freiada nas quatro rodas!!! Preciso entender...

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