quarta-feira, 26 de outubro de 2011

As interrogações que não calam....

No meu fazer vivo de questões que apontam direcionamentos, reflexões que permitem um repensar, interrogações que entrecortam o pensamento e geram mudanças nos hábitos, nos olhares no grau dos nossos óculos. Faço questões !
Nos últimos meses , entretanto, tenho sido alvo delas...são muitas... das mais variadas formas e intensidades. Do mundo de fora: se essa barriga não voltar você pensa em lipoaspiração ?  ( confesso não sei para onde minha barriga foi...enfim...). Da circunferencia: Mas essa barriga está tão pra dentro, pode ser bem timida !?! Ainda da circunferencia: Agora não tem jeito de esconder, está tão redonda que parece de menino. Do status de mulher: Por que não aproveito que já estou com uma certa idade e não laqueio de uma vez ? Do mundo de dentro: Foi acidente ? (hein ?!)
Confesso que nem sempre consigo dar as respostas necessárias, nem sei se são questões de fato ou anuncios de uma conversa, daquelas que a gente sempre acha que deve ter. Deve haver em algum lugar um roteiro de perguntas para grávidas, pois elas se repetem com voracidade. Só que eu mexeria em tudo... adoraria responder que essa menina que me habita movimenta-se ligeira ao ouvir algumas vozes como se anunciasse carinhosamente o colo que a espera. Essa menina é intensa no silencio, quando ao ouvir o choro se espreme, como que atenta pudesse acolher a dor. Essa menina tem vivido estórias dessas histórias tão intensamente que me faz agradecer, apenas agradecer... por tê-la comigo !

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Curtinhas...de segunda !

1. São tantos erros e desacertos que muita gente não consegue ver o entorno. Muitas vezes ficamos presos ao fato, sem olhar de fato o antes, o durante e o depois, o afeto se perde e diante disso, resumimos o erro a falha, ao desajuste, ao temor. Essa cautela de viver não traz aprendizagem apenas temor ! Errar é a possibilidade de crescer. Errar é a oportunidade para rever o que por vezes fazemos da mesma forma, enfim errar é necessário para encontrar outro trajeto do mesmo caminho.

2. Quando eu me nego a crescer me impeço de viver...


3. O afeto é motor também da nossa dor. Não adianta parar de sentir, mobilizar raiva, ódio ou lamentos. O essencial é lidar com as perdas como parte do processo. Assumi-las como escolhas que foram feitas ao longo do caminho e compreender que diante da dor a negação é só um paliativo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Vejo dignidade em ser mamífera !!!

Ontem me perguntaram desde quando estou prenha ??
Achei normal dizer que vou parir em dezembro, assim, que minha filha decidir estabelecer com meu corpo essa idéia de romper com o útero e encarar o mundo.
Pelo espanto da criatura que questionou...me vi sem educação.
Me resta esse espaço para explicar : Sou mulher, dessas que se entendem mamíferas. Que não veem problema nenhum na idéia de parir, como quem propõe ao mundo interno o pleno controle do próprio corpo e que acredita ser natural a idéia de se entregar a esse exercício.
Sem a crença de que a dor: violenta. Sem a fé de que a dor é insuportável. Sem o príncípio de que qualquer procedimento técnico pode ser prioridade em detrimento da motivação do corpo-emoção-afeto.
Desta forma, estou mesmo prenha, de alguém que me escolheu como mãe´, por alguma razão que o Universo irá explicar ao longo do nosso trajeto juntas. É uma menina e na composição desse feminino tenho experimentado as sensações de me re-fazer mulher.  
Como  ofendido se sentiu aquele que questionou, fiquei me perguntado se a razão era provocar o constrangimento. Que fique claro, sou mulher, sou bicho, que pensa e fala mas bicho. Sou mamífera e jamais vou me ofender por isso ! 

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Dos venenos mais nobres...

Não sei onde a felicidade se perdeu em você. Fico tateando todas as impossibilidades que você constrói e enxergo o vazio que assume seu gesto quando não percebe o que está ao seu redor.
Não sei onde foi que a incompletude tomou conta das oportunidades, assumiu o rumo das expectativas e simplesmente calou o afeto. Não ver, não crer, nem se apropriar do que faz como se o colorido não tivesse expressão, como se o enredo fosse um dilema e o lamento construido fosse sem fim.
Não sei em que esconderijo você se pôs em você quando não propõe saidas ao próprio olhar , quando não vê dignidade em se deixar viver, quando não permite gritar, gemer, barulhar de qualquer jeito mas em prol de um querer seja ele qual for.
Fico imaginando você com você qual de verdade é o encontro. Como se constrói o enredo e se enlaça a vida. E nessa fantasia nem sempre me componho.
A insatisfação plantada, árida de quem não consegue perceber que como protagonista da própria vida tem o direito de fazer escolhas. Que trama foi essa que você propôs e não quer ? Quer construção sofisticada foi essa que você idealizou e não dá conta ?? Que história é essa de não ser feliz ?
Apesar da nobreza, desse veneno não vou tomar...