quarta-feira, 21 de março de 2012

Tchau Adriano !!!

Resolvi escrever por que minha porção masculina ama futebol e a feminina teima em torcer pelo Corinthians.
Corinthians do povo, dos maloqueiros que meu avô insistia em dizer, das minorias. Algumas pessoas dizem que Corinthiano gosta de sofrer, pelo esforço que se propõe, pelas finais de jogos, lamuriosas, pelos gols perdidos e pela fome de coletivo de sua torcida. Única.
Notadamente, quando Adriano chegou - Imperador, fiquei pensando na idéia de superação proposta pelo time. Teve crédito, teve chance, teve mimos e colo. Como quando a gente sente que tudo está perdido e encontra-se infinitamente só e um colo faz toda a diferença.
O colo dele veio travestido de milhares de torcedores , uma parafernália médica, enfim...foi um colão. Interessante observar que as vezes ter oportunidade não basta, é necessário estar pronto para ela. Nesse sentido, falo de tantas vezes que estendi a mão ou a recebi e vi se esvair a atitude pela falta de estabilidade emocional ou preparo. Costumo entender que subir a escada pulando de dois em dois degraus requer perícia, esforço físico, planejamento e essencialmente o desejo. Pulsão de vida é tudo !
O Imperador oscilava entre subir a escada, degrau a degrau e descer aquilo que ele já havia conquistado. Penso que todo apelido faz juz ao homem, a partir do contexto que vivencia. Imperador, imperativo, que manda nas próprias pulsões. Movido por aquilo que já tinha referencia não viu o colo, não cedeu a oportunidade e aos trinta anos voltou todos os degraus.
Estudando a Laura Gutman que considera que se o bebê ao padecer da falta de algo, crescerá reinvindicando eternamente aquilo que não obteve. Mesmo diante da situação real modificada, continua-se experenciando a sensação primária. Portanto, uma criança não amada pedirá amor em todos os lugares e se sentirá insatisfeita mesmo frente a  fortes manifestações de afeto.  
Hoje pela manhã num dos jornais da web estampa a chamada Adriano participa de noitada junto com Ronaldinho. Lembrando que ninguém pede o que não precisa, o que será que o Imperador está pedindo agora ?
Vejo, então, que as vezes nos sentimos frustrados ao estender uma mão ou ao ajudar alguém. Devemos estar atentos que a ação só terá consequencias interessantes, se o outro de fato abraçar a mão e a transformar em oportunidade. Nesse sentido, não temos como garantir o que o outro transforma.  Por isso, tchau Adriano !

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