segunda-feira, 12 de março de 2012

NOSSA, NOSSA, QUE DIFICIL...

Eu e o João fomos ao supermercado. Hoje irmos ao supermercado é um evento. Carregamos, bolsa, Maria, a sacola para os produtos que vamos trazer, a chave do carro e nós mesmos. Então, é um evento !
Quando terminamos de fazer a compra, João prontamente foi ao caixa especial. Aquele da plaquinha : mulheres e crianças primeiro ! Infelizmente a fila era tão grande quanto as outras e ignorando a placa haviam ali toda sorte de pessoas independente da condição. Não havia ninguém com um bebê. Não havia nenhum idoso...enfim, era salve-se quem puder, literalmente !
Ele caminhou aos caixas seguintes (e eu na minha lerdeza, o segui) ao encontrar um caixa mais vazio guardou lugar para nós. Uma senhora pediu licença a ele. Ele deu ! Ela entrou na sua frente com dois carrinhos...rs... ele surpreso, apenas conseguiu me pedir -Ligeiro mãe ! Trás as nossas compras...Ninguém viu apenas nós dois.  O que quero dizer é que a senhora passou na frente dele, desprezou a idéia de que ele guardava um lugar para a mãe e ignorou o fato de que apesar de criança ele é capaz de discernir entre o certo e o errado.
Quando me aproximei com a Maria e o carrinho ela já havia iniciado o trânsito de suas compras para o balcão. João me olhou triste com um jeito que só ele sabe fazer diante dos impasses e me disse com a altura de sua idade: Sabe mãe por que o mundo não muda ? Por que as pessoas apesar de saberem o que é certo continuam furando filas...
Confesso que por muitas vezes fico decepcionada com as pessoas. Falamos tanto em educar nossos filhos para a construção de um mundo melhor, mas temos nos ocupado em educar nossos filhos para que se defendam do mundo atual.
Nós dois não conseguimos entender qual a vantagem que ela teve em furar a fila, adiantou-se 10 minutos ? Ganhar 10 minutos fez a diferença na vida dela ou na de alguém ?? Mas construiu em nós um vácuo entre aquilo que acreditamos ser o certo e o que vivenciamos com frequencia no dia a dia. meu discurso não é derreista, mas ilustra que por vezes temo não conseguir nadar contra a maré. O meu alento foi perceber que João inconformado contou a todos os amigos que pôde a mesma história, descreveu milhares de vezes a sua atitude  e a da senhora e me fez ver que ele acredita no que é certo . Confesso isso me encheu de esperança para continuar dizendo que devemos ter respeito ao coletivo e que no exercício da vivencia em grupo um olhar, um gesto, uma mudança de atitude pode fazer toda diferença.

     

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