Qual foi a última vez que você ficou doido?
Pra você, esta pergunta parece coisa de “doido”?
Pode até parecer... Mas o que as pessoas não sabem é que podemos estar doidos sem ao menos termos noção disto. Diz o popular, que todo doido não sabe que é doido!
Saindo da brincadeira e falando de coisa séria, muitas vezes ficamos endoidecidos com tantas dores que sofremos: abandonos, traições, perdas, abusos, desvalorizações, pressões, cobranças... Pra cada dor que sentimos e não conseguimos tolerar, ficamos doídos e doidos. Ou seja, a dor pode ter sido muito difícil de tolerar ou vice-versa, a tolerância pra aquela dor ter sido muito pequena, que ficou difícil lidar com a realidade. Daí a criação de mundos paralelos que se apresentam pra cada um de uma forma.
“Cada doido com sua mania...”
Tem pessoas que entram num processo de compulsão, como forma de não fazer contato com aquela dor que lhe deixa doído. Compram muito, bebem muito, trabalham muito, comem muito. Tem aqueles que se deprimem, brigando com o real. Por exemplo, uma pessoa que não suporta a dor de ter sido traída e resolve brigar com a vida, como se estivesse dizendo: daqui pra frente também não faço mais nada !! Esta depressão pode manifestar de uma forma mental : rumina muito sobre o que aconteceu; fala repetidamente a todos sobre a injustiça que a vida lhe causou. A dor vira sofrimento e não acaba nunca. Tem outras pessoas que manifestam sua depressão ou briga com a vida, de uma forma muito emocional e infantil: choram muito, ficam frágeis demais, abandonando de vez a vida e o real. Tornam-se vítimas e dependentes, criando uma forma de viver ou sobreviver baseado na tristeza. Nutrem o sofrimento e nunca saem da dor.
O que fazer então pra lidar com as dores, sem ficar tão doído e doido?
Podando a nossa plantação de vaidade e orgulho e cultivando mais a humildade. A humildade nos leva a sermos somente “seres humanos” que estão nesta vida pra amar, ganhar, perder, sofrer, crescer, cair, levantar. A vida flui, pulsa, sobe e desce. Devemos entrar neste ritmo da vida e pra cada dor e descompasso, nos curvarmos humildemente, percebendo que é mais uma lição que faz parte do nosso processo evolutivo. A gente gostando ou não...
Quando a vida nos causa dor, claro que deprimimos, angustiamos e brigamos com o real e com a vida. O que não podemos é ficar neste embate permanente com a vida, querendo vencê-la. Tolice nossa... A vida é infinitamente mais poderosa!
Precisamos respeitar a vida e saber que realmente nós seres humanos quando não aprendemos através do amor, a dor vem e nos dá uma lição. Assim, a dor (nossa e do outro) serve pra nos chacoalhar, nos cutucar e nos empurrar pra frente. As pessoas que fazem bom uso de sua dor ficam doídas e doidas sim. Mas só por um tempo. Aos poucos ela passa a fazer bom uso dessa dor, criando, mudando, transformando, ajudando...E aí a dor cumpriu sua função.
Precisamos ser amigos de nossas dores, tanto quanto somos de nossas alegrias. Só assim a nossa dor e “doideira” se torna algo digno de ser visto e apreciado.
Texto : Psicóloga Jaqueline Cássia de Oliveira dez/2006 (Informativo Interagindo)
Passando aqui para dizer que gostei muito de suas escritas
ResponderExcluirSe permitires, te sigo com carinho
Estarei sempre de volta a visita-la
Abraços
Preciosa Maria
Fabíloa,
ResponderExcluircomo vai?
O corpo é o reflexo daquilo que acreditamos e não poderá existir doença se não acreditarmos nela.
É com esta afirmação que trabalho em meu consultório e com meus clientes, não pode existir dor se eu realmente não acredito nela, por isto não posso ser amigo de algo que não existe em mim...
O que você acha disto?
Adorei sua visita e espero não ter dito algo desagradável...
De coração mesmo, espero que entenda minha colocação...
Bjs,
Suzana Drummond
Olá Suzana,
ResponderExcluirSer amigo das nossas dores aqui está no sentido de compreender sua origem, daquilo que me limita. Nesse sentido, compreender a angustia é ter respaldo para buscar saidas, caminhos, estratégias, para superá-la. Fique a vontade sempre ! Divergir, discutir é uma possibilidade de crescimento e o blog é um espaço para isso. Abraços, Fabiola.